Olimpíada na selva
Evelyn Heine

De quatro em quatro anos, os animais da floresta ficavam naquele alvoroço.
Estava na hora de mais uma emocionante bichopíada , a olimpíada da bicharada.
Quer dizer, já não era tão emocionante assim.
Pra ser sincera, eu vou falar uma coisa pra você... todo mundo sabia quem ia ganhar cada medalha.

O avestruz ganhava a corrida. O leopardo pegava o segundo lugar. O último, lógico, ficava com a tartaruga. O coelho nem aparecia. Preferia ficar comendo sua cenourinha.
Salto em extensão era com o sapo.
Natação, sempre o golfinho.
Salto com vara, o macaco.
Levantamento de peso, elefante.
E assim por diante.

Naquele ano, estava demais. Ninguém queria nem se inscrever.
Os filhos dos bichos nem ligaram pro refrigerante que dava os "bottons" das bichopíadas.

 Era um desânimo total.
O supertime de basquete dos cangurus viajou de férias para a Austrália.
O timaço de vôlei das focas nem saiu do Pólo Norte. O que fazer?
O rei leão estava uma fera.
Desse jeito ele perderia a próxima eleição.
E ele nem sabia fazer outra coisa na vida além de reinar!

Desesperado, o leão teve uma ideia! Mandou a coruja pensar por ele.
Porque as corujas são boas para pensar e os reis, bons para mandar.
A coruja pensou, pensou e pensou.
E pensou mais um pouco.
No dia seguinte, foi falar com o rei.
Ele, aflito, perguntou:
– E então? Teve alguma ideia?

– Claro, majestade! – respondeu ela, muito segura.
– Será assim a próxima bichopíada... – continuou – cada animal campeão ficará proibido de disputar a prova que já tenha vencido. E desse jeito sempre teremos novos campeões.
– Puxa! – disse o rei. – Como é que eu não pensei nisso?

E a coruja respondeu:
– Simples, majestade. Não é à toa que eu sou a campeã absoluta de xadrez!

Acho que esta tartaruga andou treinando...

FIM



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