O PREGADOR
JUL
28

OS TRÊS CASAIS MAIS DECISIVOS DE TODA A BÍBLIA

A Bíblia fala dos seres humanos, e como tal, fala de homens e mulheres e muitas vezes em ações individuais ou como simples cúmplices ou simples companheiros um de outro. Se fôssemos falar sobre os abundantes casais, o registros de suas vidas e de seus comportamentos como casais seriam e são úteis a uma enormidade de exemplos práticos e serviriam ( e servem ) muitissimamente bem para que esses mesmos erros não sejam presentemente cometidos por nós mesmos.

Mas antes de falarmos sobre os casais objetos de reflexão dessa postagem, vale ser lembrada coisas óbvias que parecem nos dias de hoje serem fontes de grande confusão e estranhamente até dúvidas: quem são homens e mulheres?

Segundo um importante psicólogo de origem nipônica mas brasileiro já falecido mais ou menos em anos recentes, homens e mulheres são tão diversos que pertencem ( isso obviamente uma ilustração, uma figura de linguagem ) a mundos totalmente diferentes e portanto opostos. Isso é explicitado em seu, talvez mais famoso livro: "Homens são de Marte e mulheres são de Vênus"*.

Isso significa que a percepção natural de mundo, a forma como reagem as diversas situações, seus ideais e prioridades não são de modo algum, iguais! É inútil que um homem espere, aspire, obrigue, imponha sua visão de mundo natural a qualquer mulher e que qualquer mulher espere e seja ativista na mesma questão.

Homens e mulheres possuem basicamente experiências complementares e nunca iguais. Nas questões de ciúmes por exemplo, o ciúme masculino é basicamente sexual, o da mulher é sentimental! Nenhuma mulher, religiosa ou não, antiguada ou de ativismo vanguardista jamais perguntará ou exigirá de qualquer homem que ele não tenha tido jamais, em tempo algum, nenhuma experiência sexual. Repito, inclusive as religiosas, que estranhamente se calam sobre isso , exatamente nessa questão. Ao contrário a virgem espera que ela saiba como fazer as coisas da melhor maneira e eu pergunto: aprendido onde e com quem???

Já o homem os terríveis casos de feminicídio, se baseiam na maioria das vezes em supostas traições clara e objetivamente sexuais, desde uma relação sexual única e oportunista a uma traição mais permanente e camuflada. Na mente desse homem o fato da sua mulher ter sido penetrada por outro pênis é um exemplo exacerbado de posse banal do outro ser, no caso da mulher.

No caso da mulher, um elogio por parte do homem feito a uma outra mulher que tenha certos atributos claramente melhores ou mais louváveis do que os dela, como seios, quadris, coxas, cabelo, pele, boca, sorriso, etc ou mesmo melhores aptidões seja para trabalho, estudo, culinária, carinho, voz, delicadeza, é caso certo de boas tempestades em copos d'água.

Mas as diferenças vão além ou bem além daquilo que os mantém fisicamente ligados como a sexualidade ou a admiração. Se um casal compra um automóvel a mulher prioriza a cor, os detalhes, o conforto, e o homem ( guardadas as proporções ) o motor, a mecânica. Para a mulher o fato do automóvel andar é coisa secundária. Os fabricantes de automóveis sabem que no caso de uma aquisição de um automóvel para a família, implícita aí o uso mútuo do casal, a decisão final é da mulher.

Quando falei aos meus alunos, mais de vinte e duas turmas em duas escolas acerca do espalhamento do homem sobre o planeta Terra ( falava da introdução à Arquitetura ) disse que a diferença entre os gêneros é tão profunda que graças aos homens nos espalhamos pela Terra e por todos os continentes pelas mais diferentes razões e movidos pelas mais urgente s necessidades, como busca por melhores provisões, segurança e paz por ausência de inimigos humanos mas esse espalhamento só ocorreu pela aprovação das mulheres. Se os Europeus tivessem descoberto o Novo Mundo e as mulheres de lá jamais se interessassem em posteriormente virem para cá, sem as mulheres os homens não permaneceriam em lugar nenhum do mundo!

Vale uma brincadeira que não está longe se de ser a mais crassa verdade: se as mulheres gostarem da Lua, cinquenta anos depois poderemos voltar a ela, se não, jamais! o mesmo vale para Marte!

Mas passada essa divertida e necessária introdução vamos ao que realmente interessa: quais os três casais mais importantes e exatamente por serem os mais decisivos da Bíblia?

Ainda voltando à Ciência, uma instituição sem dúvida útil e de inestimável contribuição ao conforto e a sobrevivência humana, parte dela, inimiga da ideia de Deus e desse modo objetiva em contradizer as Escrituras, chega a afirmar, baseada em isoladas e seletivas evidências que a mulher seja uma espécie de matriz da qual se deriva o homem, desse modo sendo o homem uma derivação da mulher  e não ao contrário.

A Bíblia entretanto afirma sem maiores detalhes mas registrando uma cronologia clara que Deus formara pessoalmente o homem e a partir dele, um clone ( a partir de um osso, da medula desse osso mais exatamente podemos imaginar ) a mulher. Tendo o primeiro homem reconhecido a semelhança dela consigo mesmo e também a diferença.

Já se pode perceber portanto, que o primeiro casal decisivo na Bíblia, nas Escrituras, judaico-cristãs é justamente a do casal

Adão e Eva.

Adão e Eva eram percebidamente diferentes, não só sexualmente, como de gêneros diferentes, mas de temperamento. Os atentos gregos na antiguidade já haviam percebido quatro tipos de temperamentos basilares: Colérico, Sanguíneo, Fleumático e Melancólico.

Um homem e uma mulher podem ter o mesmo temperamento, resultando em tendências que resultam em dificuldades e qualidades próprias. Mas no caso de Adão e Eva, vemos que eram diferentes ( não vou aqui dar uma aula sobre os temperamentos, há literatura, de psicólogos cristãos evangélicos sobre o assunto e que vale muito a pena ser estudada ) e que essa diferença representou tanto a sua queda como a sua superação ( eles superaram o seu drama pessoal ).

Adão era invisível, apesar do texto tardio ser resultante de uma tradição oral distante e ser extremamente econômico exatamente por esse fato, de forma a ter uma manifestação oral discreta e não dominadora. Adão seria todo marido com pouca ingerência que toda mulher muito ativa e com tendência a certa  independência gostaria de ter ( e muitas hoje escolhem e conseguem esse tipo de companheiro para si mesmas e dão muito certo ).

Eva era curiosa, ativa, e como quase regra, comprovada pela ciência hoje, muito mais articulada e com maior tendência a aprendizado e desenvolver novas coisas. As mulheres segundo pesquisas, e eu me debrucei sobre esses dados e estudos, há mais de vinte anos quando cursei e me graduei em pedagogia: mulheres têm em geral maior e melhor rendimento em todos os níveis educacionais!

Adão não era um líder e nem um cuidador zeloso, como deveria ser e deve ser cada homem dentro de um casal, sem extremismo ou ignorância como no caso dos machistas. De forma natural nenhuma mulher que de fato ser solta ao seu bel prazer. Ao mesmo tempo que as mulheres têm prazer em exigir certas posturas gostam de serem acompanhadas e até limitadas e protegidas em certas situações. O feminismo burro e apedeuta tentou e ainda teima em negar isso.

Ambos ouviram as instruções de Deus acerca da chamada "Árvore da Vida" e "Árvore do Conhecimento". Cabia a Adão perceber que a "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal" despertava certa curiosidade e deslumbramento. Se ele estivesse seguro que não comeria do seu fruto deveria igualmente observar a sua companheira e perceber se ela mesma tinha menor ou maior grau de interesse no fruto dessa árvore, mas aparentemente não o fez!

Quando Eva teve a sua longa conversa com a "Serpente" aparentemente Adão nem junto dela estaria, portanto ele, Adão a deixou exposta! E isso não deve ter ocorrido apenas uma vez, pois a Serpente não lhe de modo algum estranha e certamente fazia parte do pequeno universo, do Jardim, do Paraíso que era praticamente o seu mundo restrito. A chamada Serpente era conhecida por suas qualidades e não por um pressuposto defeito ou "perigo iminente"!

A Bíblia diz que quando um homem abandona a sua mulher a expõe ao adultério. Normalmente e infelizmente, descontadas outras circunstâncias, se um marido não satisfaz ou cumpre minimamente o seu dever sexual com a sua companheira é causa para que a mesma ouça o canto da sereia de algum oportunista desonestos. Ou seja o próprio companheiro propicia metade do caminho rumo a queda da mesma. O caso bíblico de Batseba, o seu marido, punha em primeiro lugar a guerra e o seu serviço ao reino de Israel e ao próprio rei Davi. Era comum usar-se o telhado ou a lage como local de tarefas caseiras inclusive o banho, cena não observável do plano baixo das ruas ou vielas entre as habitações mas não do palácio construído em terreno mais alto.

Eva, portanto ficou mais soltinha do que era conveniente. Quando convencida que as razões de Deus não eram reais mais um subterfúgio para que eles não fossem iguais a ele ( um fato e uma verdade objetiva, não pela concorrência, mas pelo conhecimento do bem e do mal como entidades factuais! ), Adão não se contrapôs a Eva, corrigindo-a mas ao contrário passivamente, convencido por ela também comeu do fruto proibido e resto todos nós sabemos.

Alguém poderia argumentar: mas um único erro resultou em toda uma longa e terrível história conturbada para todos os seus descendentes? Você sabia que grandes catástrofes e desastres ocorreram exatamente por um ou dois detalhes resultando em mortes de tantas vidas e histórias humanas? isso é muito comum nos dias atuais e portanto verdades incontestáveis!

Após a expulsão de ambos do Paraíso a figura de Adão se mostra comprovadamente apagada. Adão é um zero a esquerda, cumprindo um papel silencioso de pelo, menos fazer filhos. Temos mais algumas vezes as falas de Eva expressando gratidão por ter tido filhos varões crendo em um vingador contra aquele ( a Serpente ) que lhes causara definitiva desgraça.

Todos podemos culpá-los por terem sido tão ingênuos, inocentes e irresponsáveis. Não os vemos com nenhuma admiração nem pelo fato de terem se adaptado e sobrevivido, o que não é pouca coisa e ter-nos legado de alguma forma, registros tão antigos e inusitados da história humana. Eu pessoalmente penso que apesar dos pesares poderiam ter feito pior.

Abrão e Sara

O segundo casal decisivo nas Escrituras é justamente o de Abraão  e  Sara. Alguém pode lembrar de Noé, sem o qual não teríamos uma segunda chance, mas Noé e sua família ficam para uma abordagem em separado, futuramente.

Abraão se tornou um patriarca, um homem que dá origem a um grande povo ou etnia. Deus o separa de seus parentes, caldeus, um povo importante na antiguidade, mas Abrão ( posteriormente Abraão ) fazia parte de uma família que conhecia a Deus. Justamente nessa família aprendera certamente tudo aquilo, todas as informações que lhe possibilitariam tomar as decisões agradáveis a Deus posteriormente. Vale lembrar que certamente Abraão não era a única pessoa a saber e conhecer as verdades acerca do único Deus Criador. Posteriormente Abraão se encontra com Melquisedeque sacerdote e rei de Salém, conhecedor do Deus verdadeiro. Mas Abraão casado com uma bela mulher lhe aparentada como era costume em sua época, uma meio-irmã ( o mais provável ) ou prima e estéril foi o escolhido para sair da sua terra e do meio de sua parentela para dar início tardio a um novo povo baseado em uma promessa resultante de um antigo testamento, tratado, entre Deus e Abraão agora.

Abraão era líder, empreendedor e hábil nas relações inclusive com estrangeiros. Cuidadoso carrega a tira colo um sobrinho, a quem cultivava afeto, talvez e certamente por não ter tido um filho, para ensinar coisas, conversar sobre negócios, planejar e ver resultados. Sara, sabemos era bela, de modo a despertar ambição em olhares estrangeiros a ponto de Abrão temer ser morto para que assim de um modo legal outro homem poderoso a pudesse desposá-la.

Sara entretanto não era passiva como pode parecer em certas situações breves nas Escrituras. Diferente do machismo acusado que a Bíblia defenda, Sara e não só ela, quando lhe cônvia não titubeava em dar palpites ou quase ordens, como no caso de um registro legal, à época e em muitas culturas ainda hoje, em propiciar ao marido ter relações com outra mulher fértil e sadia de modo a lhe dar descendentes, ou de rir-se de si mesma, ou da situação objetiva, ao ouvir de Deus a promessa que seria milagrosamente mãe. E ainda depois de criar tão grande mal estar, causado por seu próprio palpite apressado, fazendo Abraão e Deus despedir a egípcia Hagar muito mais crente do que ela Sara por simplesmente a convivência naquela grande família ter se tornado impossível.

Não vemos nesse segundo casal, um homem prepotente, mandão, dono da verdade, e que não ouvisse em tempo algum a sua esposa. Vemos novamente um casal com cumplicidade cometendo erros e se apoiando em acertos.

Se o primeiro casal causou desgraça, esse segundo casal ( não em ordem histórica mas na nossa análise ) propiciou a benção sobre todas as famílias da Terra!

Maria e José

Finalmente, e creio sem objeções, o casal que nos proporcionou humanamente o Salvador  e Senhor Jesus Cristo: Adão e Eva foram diretamente criados, logo Deus os fez; Abraão e Sara como todos nós nascemos da vontade do homem, Deus não os fez diretamente, são resultados da afetividade e de relações sexuais naturais dos pais de cada um deles. Do mesmo modo Maria e José. O que havia e houve de especial em Maria e José era as suas pessoas, o seu caráter, a sua fé no Deus verdadeiro. Maria não foi concebida sem pecado, mesmo porque o sexo em si não é pecado. Do mesmo modo José.

José é chamado de 'justo" e daí se explica a sua boa atitude mesmo quando sem entender supunha que o pior tinha acontecido: o adultério de Maria. Se Deus falara a Maria através de anjos, não poucas vezes ( e claro deve ter havido tantas que a Bíblia através dos evangelistas não registram ) falara igualmente ao próprio José. Maria deveria ter metade ou próxima disso, a idade de José, que deve ter casado com ela por volta de trinta anos ( maior idade para um israelita de sua época ) e morrido antes de Jesus ter a sua própria maior idade ( também trinta anos, razão do início somente nessa idade de seu ministério ), tendo José falecido entre cinquenta e sessenta anos, tendo Maria sobrevido a José e a Jesus após a sua ressurreição.

Sobre Maria  e José não havia quem mandava em quem ou quem se omitia em cuidar do outro como nos casais anteriores, Adão e Eva e Abraão e Sara. Maria e José, ambos ouviam igualmente a Deus e trocavam essas informações, não havia competição, discussões ( asseveradas erroneamente por tantos hoje, tanto leigos como "especialistas") como algo "normal" em um casal. Normais brigas, desavenças, choque de opiniões, estratégias conflitantes na criação e orientação de filhos? como "normais"??

Sobre normalidade, Jesus diz que o "normal" é um casamento para toda vida, e que o diverso disso é adultério. Claro que se Deus não uniu determinado casal, não se aplica a esse o "não separe o homem". Devem se separar para que o pior não venha a acontecer.

Maria e José, dada a urgência e a infinita consequência do sucesso da manifestação terrena do próprio Deus é, sem dúvida, o melhor e mais louvável exemplo de casal diante de Deus. Infelizmente graças aos desvios resultantes das alucinações teológicas católico-romanas, os demais cristãos evangélicos se auto restringem da produção teológica e humanas que podem ser exploradas e biblicamente aprendidas desse quase anônimos, humildes casal de seres humanos tão importantes para a redenção de toda a humanidade, não por ele ou ela, Maria tenham tido ou tenham privilégios teológicos no plano divino da salvação, mas por sua obediência, por terem cumprido com perfeição a vontade de Deus para eles não só para eles, para todos nós vindos depois deles.

Abraão certamente era melancólico, pela solidão de suas decisões, calma, planejamento, cuidado, etc. Sara possivelmente sanguínea ( como Eva ) comunicativa, risonha, zombeteira, estressada. José, fleumático ou melancólico, Maria igualmente fleumática ou melancólica. Certamente a falta de conflitos demonstravam ser eles de mesmos temperamentos. Ou seja: percebia o mundo e reagiam as circunstâncias de maneira muito semelhantes. Foram certamente escolhidos, na melhor acepção da palavra, de modo que pudessem diante de um quadro muito maior e tão complexo cumprirem humanamente toda a vontade de Deus.

Finalmente no que respeita a Maria, a singularidade de todas as mulheres, como uma tendência prevalente, Maria dava palpites e cobrava iniciativa, como no episódio das Bodas de Canaá em que cobrou de Jesus uma solução para o vinho que havia acabado, e foi atendida por Jesus.

Aos homens: mulheres devem ser ouvidas, as vezes contestadas, corrigidas, protegidas de si mesmas até.

Às mulheres: vocês não são menores, são muito importantes, e nós homens precisamos de vocês, vocês nos complementam. Diria mesmo que você são obrigatórias em nossas vidas.

Por Helvécio S. Pereira
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