Crítica | Magnatas do Crime: Theo James é um aristocrata cercado pelo tráfico de drogas em divertida série da Netflix

A elegância e delicadeza do chá da tarde, sempre acompanhado por deliciosos biscoitos amanteigados servidos em bandejas de prata ornamentadas e visivelmente reluzentes formam um contraste com a sujeira de uma terra pouco produtiva, mas que guarda um segredo subterrâneo. Enquanto a vida segue em sua mais perfeita normalidade aristocrata aonde a luz do sol bate, o que há embaixo da terra é muito mais assustador e significativamente menos aristocrático. Um pequeno império de cultivo e tráfico de maconha opera sob luzes fluorescentes, sustentando quietamente o estilo de vida suntuoso dessa família Real, que passeia por seus amplos cômodos com trajes de alfaiataria, feitos sob medida.

Guy Ritchieuma vez mais resgata todo o vigor de seu popular filme Magnatas do Crime para o formato seriado, tornando a aventura uma vez liderada por Matthew McConaugheyem uma nova jornada a longo prazo. Dessa vez, Theo Jamesé o caçula honesto da família Horniman, que decide dedicar seus dias como oficial do exército. Mas a morte de seu pai o leva de volta para casa, onde inesperadamente ele será nomeado como o duque, o grande responsável pela herança deixada pelo patriarca. A responsibilidade, que por si só já traria suas agruras, é encorpada com a descoberta de um império de tráfico de drogas operando subterraneamente nos terrenos de seu pequeno palácio. E obstinado a encerrar a parceria, ele sujará suas mãos para garantir que o seu sobrenome permaneça limpo. Mas obviamente isso não será nada fácil.

Optando por não se levar tão a sério, a fim de tornar sua produção uma espécie de sessão de descarrego de pura adrenalina, Ritchiefaz de sua versão televisiva de Magnatas do Crime um experimento cultural divertido, onde ação, comédia e personagens carismáticos formam uma combinação explosiva e leve para a audiência. Puramente entretenimento – como toda boa série deveria ser -, o cineasta não está interessado em se submeter à cartilhas ideólogicas, não está nada disposto a dar lição de moral a ninguém e se preocupa unicamente em produzir um conteúdo que resulte em boas risadas e um ótimo alívio para um dia estressante.

Com Theo Jamessendo a combinação ideal para o papel protagonista, transitando entre a postura aristocrática de um duque e a seriedade de um homem com perfil de negócios, Magnatas do Crime se esforça para entregar protagonistas envolventes o suficiente. Brinca com os estereótipos, não se furta do direito de entregar um alívio cômico, mas sabe expandir seus coadjuvantes de maneira que todos engrossem o caldo principal da trama – que gira em torno desse belo homem inglês. Trazendo uma Kaya Scodelariolindamente apresentada em trajes finos e terninhos alinhados e elegantes, a produção sabe trabalhar com os elementos a que se propõe e não se preocupa em inovar em cima de algo previamente lançado nos cinemas, sabendo que sua história é boa o bastante para ser adaptada a um novo formato.

Assumindo a direção do primeiro episódio, bem como a criação e a produção executiva do projeto, Ritchiecoloca seu estilo em ação, trabalha bem os ângulos de maneira que eles conduzam o humor das cenas em questão e deixa suas digitais ao longo de todos os episódios. Pouco original em seu roteiro, mas nem por isso menos divertida, a série é marcada por momentos sangretos, uma trilha sonora clássica que contrasta com o negrume e a podridão de seus protagonistas e resulta em oito episódios que fluem naturalmente.

Com um elenco excelente que ainda conta com Giancarlo Esposito, Daniel Ings e Vinnie Jones, a original Netflixpode até ser previsível em suas reviravoltas, mas acerta poderosamente com seus atores, que encaram papéis autênticos, envolventes e interessantes. E com uma estética que emana a elegância britânica, desde seus figurinos belíssimos ao design de produção que remete à arquitetura clássica da Família Real, Magnatas do Crime é um ótimo acerto da gigante do streaming. Nos mantendo instigados e curiosos até o último capítulo, a produção pode não ser o ápice da originalidade de Guy Ritchie, pode até provar que o cineasta continua navegando em águas seguras, mas ainda assim é um entretenimento que vale uma segunda temporada.

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