A Coligação Partidária da candidata Dilma Rousseff entrou com pedido de resposta no Superior Tribunal Eleitoral (TSE) contra a emissora de TV Canção Nova. A petição solicita direito de resposta às ofensas veiculadas pelo padre José Augusto em homilia exibida ao vivo pela emissora na terça-feira, dia 5, informou o jornal O Estado de S. Paulo.
A proposta não é gerar tensão entre a campanha da petista contra a parcela do eleitorado ligada a grupos religiosos, mas possibilitar que a candidata se defenda dos que a acusam da ser a favor da prática do aborto, afirmou o advogado Márcio Silva, para quem "trata-se de um fato isolado que não corresponde à programação da emissora".
O advogado denunciou que "dentre outras afirmações falsas e ofensivas, de cunho difamatório e calunioso, o referido padre afirma que o Partido dos Trabalhadores (PT) é a favor da interrupção de gestações indesejadas", extrapolando qualquer possibilidade de denúncia factível.
Em pleno descontrole, num local público e utilizando veículo de concessão pública, o religioso imputou falsamente ao PT e à candidata Dilma a intenção de restringir a liberdade de imprensa e de religião, de aprovar o casamento entre homossexuais e de transformar o país numa nação comunista.
A contestação dos advogados baseia-se no fato de que não há nenhuma menção de apoio à prática do aborto no programa de governo, incluído no registro de candidatura de Dilma Rousseff feito no TSE. A representação pede o direito de resposta de 15 minutos no horário matutino.
A situação agravou-se quando o padre bradou que os rumos da nação brasileira estariam prestes a mudar para pior, caso o PT vencesse. Ele alterou a voz e disse: "podem me matar, podem me prender, podem fazer o que quiser. Não tenho advogado nenhum. Podem me processar e, se tiver de ser preso, serei. Não tem problema, mas eu não posso me calar diante de um partido que está apoiando o aborto, e a Igreja não aprova", bradou, visivelmente alterado.
Na ação contra a emissora, os advogados argumentam que, pela legislação eleitoral, desde o dia 1º de julho as emissoras de televisão estão proibidas de veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidatos, e conferir tratamento privilegiado a qualquer candidatura.
Além de veicular opinião contrária ao PT e à candidata, os advogados acusam a emissora de dirigir graves ofensas à honra e à reputação, o que já seria suficiente para garantir o direito de resposta. A direção da emissora admitiu o destempero do padre e divulgou pedido de desculpas, no esforço último de evitar a condenação por crime eleitoral.
Notícias Cristãs com informações da ALC